Ideias Evolucionistas
- Por que as girafas atualmente possuem o pescoço
comprido?
Jean
Baptiste Lamarck foi pioneiro em criar
leis e fundamentos para a evolução das espécies. Ele dizia que os seres vivos
modificavam-se ao longo do tempo de acordo com as pressões exercidas pelo
ambiente e que estas modificações passavam para as gerações seguintes, seguindo
a lei do uso e desuso e a lei dos caracteres adquiridos.
Apesar de hoje ser considerada errada, sua teoria acertou em
alguns pontos, que posteriormente Charles Darwin veio a reforçar com a teoria
da Seleção Natural: os seres se modificavam ao longo do tempo (evoluíam, ao contrário
da ideia fixista predominante na época), o ambiente influencia os seres vivos e
as mudanças que neles ocorrem ao longo do tempo e a existência de relações de
“parentesco” e descendência entre as espécies de seres vivos.
Porém, o ponto principal que
diferencia as duas teorias está na maneira como o ambiente age em relação aos
seres vivos e como os seres vivos reagem às pressões do ambiente. Vamos utilizar o exemplo clássico para
comparar as duas teorias: o tamanho do pescoço das girafas.
Visão Lamarckista:
A partir das ideias de Lamarck, poderíamos
explicar o grande tamanho do pescoço das girafas pelo esforço de esticar o
pescoço para comer ramos de vegetação mais alta e o consequente aumento
gradativo do órgão. Estas modificações ocorreriam para que o animal conseguisse
se adaptar a uma nova condição ambiental – a diminuição da vegetação rasteira.
No cenário Lamarckista, não
haveria variação inicial entre os indivíduos de uma população, todas as girafas
teriam pescoços curtos e o uso constante do órgão esticando-o para alcançar a
vegetação mais alta, fez com que o órgão se desenvolvesse mais (lei do uso e
desuso).
Essa modificação tendo adaptado
as girafas à nova condição ambiental foi transmitida aos descendentes (lei dos
caracteres adquiridos), que a cada geração teriam um pescoço um pouco maior.
Podemos notar então que, segundo Lamarck, as alterações nos seres vivos surgem
a partir da necessidade de adaptação às condições ambientais, são produzidas
pelo ambiente. A imagem a seguir ilustra as duas leis de Lamarck aplicadas à
evolução das girafas:
Visão Darwinista:
Segundo o darwinismo, os
seres vivos que apresentem características que lhes permitam sobreviver a
determinada condição ambiental viverão e, assim, conseguirão transmitir seus
genes para as futuras gerações.
Em um cenário darwinista,
existiriam diferenças entre as girafas – alguns animais teriam pescoços mais
longos, outras, mais curtos. Assim, quando o ambiente se modificou e a
vegetação rasteira ficou mais escassa, somente os indivíduos com pescoços mais
longos conseguiriam se alimentar e sobreviver. Dessa maneira, esta
característica seria selecionada e transmitida às futuras gerações.
Para Darwin, o ambiente não
promoverá as mudanças (como Lamarck dizia) e sim selecionaria variações mais
adaptadas às condições apresentadas – seleção natural. A imagem a seguir
demonstra essas ideias:
Para
resumir essa comparação, veja a imagem a seguir:
- A presença
predominante de peixes cegos em lagos subterrâneos:
A teoria de Lamarck diz que os peixes de visão normal, ao
viver em cavernas escuras, passaram a usar cada vez menos a visão, e essa
capacidade foi regredindo (lei do uso e desuso) e isso foi se acentuando de
geração a geração (lei da herança dos caracteres adquiridos).
A teoria de Darwin diz que haviam peixes de visão normal
e outros cegos, os peixes cegos, ao viver em cavernas escuras estavam mais
adaptados do que se vivessem em rios de luminosidade normal, por sua vez, os
peixes de visão normal o contrário. Assim, os peixes cegos foram naturalmente
selecionados em cavernas escuras e os de visão normal, em rios de luminosidade
normal (seleção natural).

