terça-feira, 22 de setembro de 2015

                     Ideias Evolucionistas
- Por que as girafas atualmente possuem o pescoço comprido?
Jean Baptiste Lamarck foi  pioneiro em criar leis e fundamentos para a evolução das espécies. Ele dizia que os seres vivos modificavam-se ao longo do tempo de acordo com as pressões exercidas pelo ambiente e que estas modificações passavam para as gerações seguintes, seguindo a lei do uso e desuso e a lei dos caracteres adquiridos.
Apesar de hoje  ser considerada errada, sua teoria acertou em alguns pontos, que posteriormente Charles Darwin veio a reforçar com a teoria da Seleção Natural: os seres se modificavam ao longo do tempo (evoluíam, ao contrário da ideia fixista predominante na época), o ambiente influencia os seres vivos e as mudanças que neles ocorrem ao longo do tempo e a existência de relações de “parentesco” e descendência entre as espécies de seres vivos.
Porém, o ponto principal que diferencia as duas teorias está na maneira como o ambiente age em relação aos seres vivos e como os seres vivos reagem às pressões do ambiente.  Vamos utilizar o exemplo clássico para comparar as duas teorias: o tamanho do pescoço das girafas.
Visão Lamarckista:
 A partir das ideias de Lamarck, poderíamos explicar o grande tamanho do pescoço das girafas pelo esforço de esticar o pescoço para comer ramos de vegetação mais alta e o consequente aumento gradativo do órgão. Estas modificações ocorreriam para que o animal conseguisse se adaptar a uma nova condição ambiental – a diminuição da vegetação rasteira.
No cenário Lamarckista, não haveria variação inicial entre os indivíduos de uma população, todas as girafas teriam pescoços curtos e o uso constante do órgão esticando-o para alcançar a vegetação mais alta, fez com que o órgão se desenvolvesse mais (lei do uso e desuso).
Essa modificação tendo adaptado as girafas à nova condição ambiental foi transmitida aos descendentes (lei dos caracteres adquiridos), que a cada geração teriam um pescoço um pouco maior. Podemos notar então que, segundo  Lamarck, as alterações nos seres vivos surgem a partir da necessidade de adaptação às condições ambientais, são produzidas pelo ambiente. A imagem a seguir ilustra as duas leis de Lamarck aplicadas à evolução das girafas:



Visão Darwinista:
Segundo o darwinismo, os seres vivos que apresentem características que lhes permitam sobreviver a determinada condição ambiental viverão e, assim, conseguirão transmitir seus genes para as futuras gerações.
Em um cenário darwinista, existiriam diferenças entre as girafas – alguns animais teriam pescoços mais longos, outras, mais curtos. Assim, quando o ambiente se modificou e a vegetação rasteira ficou mais escassa, somente os indivíduos com pescoços mais longos conseguiriam se alimentar e sobreviver. Dessa maneira, esta característica seria selecionada e transmitida às futuras gerações.
Para Darwin, o ambiente não promoverá as mudanças (como Lamarck dizia) e sim selecionaria variações mais adaptadas às condições apresentadas – seleção natural. A imagem a seguir demonstra essas ideias:

Para resumir essa comparação, veja a imagem a seguir:



- A presença predominante de peixes cegos em lagos subterrâneos:
A teoria de Lamarck diz que os peixes de visão normal, ao viver em cavernas escuras, passaram a usar cada vez menos a visão, e essa capacidade foi regredindo (lei do uso e desuso) e isso foi se acentuando de geração a geração (lei da herança dos caracteres adquiridos).

A teoria de Darwin diz que haviam peixes de visão normal e outros cegos, os peixes cegos, ao viver em cavernas escuras estavam mais adaptados do que se vivessem em rios de luminosidade normal, por sua vez, os peixes de visão normal o contrário. Assim, os peixes cegos foram naturalmente selecionados em cavernas escuras e os de visão normal, em rios de luminosidade normal (seleção natural).